Cinema e suas diferentes formas de ensinar

No Brasil, a discussão sobre cinema e ensino remonta às décadas de 1920 e 1930. Intelectuais identificados com o movimento da Escola Nova, como Fernando Azevedo, Francisco Campos, Afrânio Peixoto, Anísio Teixeira, entre outros, já apontavam o forte potencial dos recursos audiovisuais, em especial o cinema, na educação das crianças e jovens de hoje. Entre elas, está a possibilidade de fortalecer o gosto pela arte, despertar a criticidade e reter a atenção dos alunos para assuntos que, normalmente, são repassados pelas aulas expositivas. Cinema na Escola tem a característica de inovar o ensino, ajudando inclusive na integração daqueles professores com mau desempenho, que insiste em individualizar suas ações pedagógicas, tornando-se a fonte de todos os problemas enfrentados pela escola na busca da melhoria da qualidade do ensino. O nível de aprendizagem pode melhorar bastante com o desenvolvimento de habilidades entre professores e alunos, e por meio de conteúdos significativos, nos quais fiquem expressos os conceitos básicos de cada unidade de estudo das respectivas disciplinas. “Explica-se se a narrativa é linear, recursos usados, biografia do diretor, contexto social e histórico da obra e elementos que fazem dela pertencente a uma determinada vanguarda”, exemplifica.

Este artigo apresenta resultados de pesquisa financiada pela FAPESP.

A Arte-Educação é uma tentativa de educar através da Arte nos espaços formais e não formais de ensino, embora na pratica essa educação tem sido executada de maneira imperfeita e incompleta porque exclui vários aspectos importantes e fundamentais no processo de aprendizagem e desenvolvimento do aluno. Nas escolas, a fragilidade dos professores do ensino fundamental e ensino médio maus preparados em cursos de reduzida duração é uma constante. Logo, tendo em vista essa argumentação, foram separados alguns planejamentos didáticos com filmes selecionados que fazem uma abordagem de conteúdos que são aplicados no Ensino Médio, os quais poderão ajudar alunos de escolas técnicas, que possuem pouco tempo disponível para as disciplinas de Ciências Humanas, em especial para História. Tendo em vista o planejamento mencionado, é imperativo destacar que o filme não é apenas de um elemento voltado para a diversão, é de fato um complemento significativo que permite a análise, a reflexão e uma aprendizagem qualitativa. Levando em consideração que o cinema é um recurso didático que potencializa o conhecimento histórico, é imperativo que todos os setores da Educação e os profissionais neles incluídos busquem o desenvolvimento de metodologias aplicáveis no uso do cinema no ensino de História e no ensino em geral, considerando como base a BNCC e também os PCN.

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O cinema é constituído por imagem em movimento, as quais estão relacionadas diretamente com o cotidiano de cada indivíduo, ou seja, com a cultura, com a identidade e tudo aquilo que ele representa na sociedade. É importante trabalhar o cinema e a linguagem cinematográfica no cotidiano escolar com crianças e adolescentes, seja em ambiente formal ou não formal de ensino, porque eles precisam aprender, entre outros benefícios, o domínio da linguagem cinematográfica para que possam transitar com facilidade nos diferentes campos sociais. A utilização da imagem cinematográfica na educação levou inúmeros intelectuais a militarem a favor da implantação do cinema educativo no Brasil e a partir deste movimento surge em 1936, o Instituto Nacional de Cinema Educativo. Antes porem, em 1929 do Século XX, já havia uma determinação do emprego do cinema em todas as escolas primárias, mas foi a partir de 1930 do século XX, que o cinema teve presença marcante na educação.

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Prepare a sala de aula ou outro espaço da escola para receber os alunos em clima de cinema. Por fim, como oitavo fator pedagógico da arte, deve-se considerar o elemento utópico envolvido na criação artística. Ao propor outras realidades possíveis, a arte permite que, além de despertar para sentidos diversos, perceba-se o quão distante (ou não) se encontra nossa sociedade de um estado mais equilibrado e harmonioso (mais estético). Assim, a arte pode despertar para o que pode ser construído, para um projeto de futuro, para uma utopia. Nas palavras de Kneller (1976), o que define o ato criador é o seu processo mental, e o termo significa um grupo de capacidades relacionadas, como fluência, originalidade e flexibilidade. Mas esse processo mental se assenta sobre formas distintas do pensamento rotineiro.

Na hora de avaliar os alunos sobre a interpretação de narrativas, os livros costumam ser as obras preferidas das escolas. O audiovisual, nesse sentido, costuma ser deixado quase que inteiramente de lado. Uma pena, já que, além de conseguir, como já mencionamos, proporcionar aulas diferentes e debates frutíferos com os alunos, o cinema pode conversar com os alunos e apresentar-lhes realidades novas de maneira totalmente diferente das obras literárias. Quando apresentados à classe como uma obra de arte, os filmes passam a poder ser analisados minuciosa e separadamente, levando em consideração, individualmente, aspectos como a filmagem de determiandas cenas, a escolha da trilha sonora e a obra em que constitui o roteiro por si só. Cabe ressaltar que a relação entre cinema e conhecimento excede o campo da educação formal. O cinema em relação ao conhecimento pode ser localizado no campo da imagem e da edição das imagens, em primeiro lugar, mas também envolvendo outros elementos como o som.

É preciso repensar as nossas dinâmicas de como devem ser feitas as representações asiáticas sem preconceito. É muito difícil que essa equidade seja alcançada em curto espaço de tempo, tendo em vista que os alunos possuem capital cultural diferente. Assim, é importante entender que esse capital cultural precisa ser absorvido também pelos docentes. É válido ressaltar que essa subjetividade dentro da sala de aula pode ser alcançada usando alternativas para desenvolver as capacidades cognitivas dos alunos. Nesse sentido, podemos considerar que o uso do cinema no ensino de História seja importante para tal desenvolvimento.

Então, tem muito professor de história sem a sutileza pra captar esse negócio, que vai gostar de um filme tal porque diz que é correto, porque a pré-história era exatamente assim. O professor precisa ser inteligente para não cair nessas ingenuidades senão, ele vai estreitar, em vez de ampliar, as possibilidades que o uso do audiovisual proporciona. Ele gosta de um filme porque é correto, porque na pré-história era assim. O professor precisa ser inteligente para não cair nessa lógica e estreitar as possibilidades que o uso do audiovisual proporciona”, diz. Muitas vezes a escolha do filme pode ser a combinação de conteúdo prevista em duas matérias.

Sérgio Rizzo – O que poderia acontecer é a criação de um ambiente virtual de aprendizagem, em que seria montado um curso de EAD para ser feito por qualquer interessado, no seu ritmo, como e quando pudesse. Tem muito material disponível na internet, então, esse espaço seria também um meio de organizar informações que estão muito dispersas. E se falamos de realização, ai temos ainda um componente fortíssimo que é o do trabalho colaborativo e, se você preferir, do empreendedorismo. Essas habilidades vão ser relevantes para qualquer coisa que o estudante vá fazer na vida.

Essa é uma primeira pergunta, porque eu diria que talvez para um grupo de professores sem muita infraestrutura, sem ninguém com um pouco mais de qualificação, a reflexão seja melhor que a realização porque o projeto de realização pode naufragar e esse naufrágio pode criar um trauma que impeça que essa escola faça outra coisa. Sérgio Rizzo – Como eu devo muito do que eu sou ao fato de ter me tornado, num momento crucial da minha vida, começo da adolescência, um leitor e um espectador voraz, preciso acreditar que o cinema pode ser importante para todo mundo, não só para mim. Ainda que não mude sua vida, que você não goste, mas aos menos tenha tido a oportunidade de conhecer. Quanto à falta de habilidade do docente, ela pode ser resolvida a partir de um diálogo conjunto entre coordenador e professor para pensar em como adequar o conteúdo que necessita ser repassado e como ele pode ser combinado outra disciplina.

A década de 1960 do século XX também foi marcada pelo cinema educativo quando, a partir de experiências em associações culturais como cineclubes, cineforum e circuitos de cinema, realizou-se projeções de filmes para um público envolvido num projeto educativo e de sensibilização. Os avanços tecnológicos propõem para o século XXI, um novo rumo para a educação no Brasil, sendo possível empregar todos os meios e recursos tecnológicos disponíveis e aplicáveis ao alcance de seus objetivos, a exemplo da fotografia, do CD, do DVD, do vídeo, da televisão, da Web, dos Blogs, do Smart TV, das redes sociais, etc., e do próprio cinema. Conforme mencionado anteriormente, é fundamental que o professor use de estratégias para acompanhar como o aluno elabora e organiza o conhecimento. A abordagem dos autores mencionados destaca a importância do papel de uma série de variáveis que se interpõem na produção de um filme, demonstrando toda a manipulação ideológica construída em tomo das imagens a partir de um contexto histórico. A questão da linguagem cinematográfica e de sua especificidade não encontra, assim, um lugar no esquema analítico para alguns, ao passo que para outros isso é comumente viável.

Uma forma de não tornar o processo repetitivo e maçante para os alunos é dividir por grupos, para que a variedade de assuntos pudesse permear este tipo de atividade. Os alunos terão de assistir ao filme individualmente ou em grupo Filmes Online HD e formar grupos de no máximo seis alunos para a realização das atividades. Inicialmente é importante deixar claro que iremos aplicar a história do filme em nossa matéria específica vendo que valor histórico essa narrativa possui.

Para Benjamin, o cinema inaugurou uma nova relação entre as multidões e a arte, ao reproduzir o caráter coletivo do homem moderno, e por isso deve ser pensado dialeticamente. Se por um lado o cinema é capaz de proporcionar apenas uma vivência parcial da realidade e que, sendo assim, não permite a reprodução da experiência caracterizada pela apreensão da realidade sensível em si pelos sujeitos, por outro pode ser concebido como um instrumento construído por e para o coletivo, que é capaz de permear as relações sociais daqueles que compõem a base social. Apenas nesta segunda função, o cinema poderia ser pensado como um veículo que permite a tomada do autoconhecimento das massas, desde que esteja a serviço dos interesses da coletividade. No ensino de História, propriamente, o cinema como recurso pedagógico foi institucionalizado por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), publicados em 1998. Desde então, os esforços em equipar as escolas com telas, projetores, videocassetes, televisores e, mais recentemente, computadores e Internet tornaram o filme um recurso mais presente nas salas de aula. A utilização de filmes como recurso para o ensino de diversas disciplinas não é novidade.

De acordo com Rizzo, pode-se gamificar a produção de um vídeo, por meio da criação uma competição em que os alunos devem buscar, num prazo determinado, personagens do seu bairro para contar uma história. Ou ainda, pensar projetos transversais no currículo que vão misturando turmas de várias idades e disciplinas para a conclusão de um mesmo documentário. Por outro lado, o filme contribui para despertar a atenção dos estudantes à medida que traz, de modo diferenciado, conteúdos necessários à formação curricular, sendo apresentados por uma linguagem interativa e que tende a sensibilizar quem está assistindo. Até porque as imagens e o som estimulam mais facilmente o cérebro dos alunos, facilitando a compreensão do tema passado. Para haver sinergia entre cinema e educação deve-se realizar uma análise correta da mensagem cinematográfica aliada ao contexto educativo.

Explique aos alunos que oficinas desta natureza auxiliam no fator aprendizagem, desenvolvem a leitura, a observação, o raciocínio e a desinibição, aspectos que em muito auxiliarão os alunos nas demais disciplinas. O objetivo da oficina de cinema na escola é extremamente pedagógico, visto que as possibilidades de se aliar os conteúdos ao cinema são múltiplas. O ensino, na sociedade ocidental, está marcado por um discurso monológico, ideia essa vinda de Aristóteles que perdura até os dias de hoje, na qual o docente fornece aos discípulos uma definição pronta e eles devem apenas entendê-la, assimilá-la; se a entendem, estão no verdadeiro; se não, estão no erro.